Uma breve apresentação...

"Ei, você ainda não me disse seu nome." ela disse ao rapaz que abandonava o balcão do bar.
"Mário." ele sorriu para ela, sem deixar de se afastar.
Janice se acomodou em uma das banquetas altas, pensando em como ele parecia interessante iluminado por aquela luz verde bizarra. Somente aquele símbolo estranho entalhado com algo pontiagudo em sua carteira lhe intrigava. Ela deixou o garoto de lado, viera para se divertir e curtir o show da banda Anger, cover de sua banda favorita.
Muitas garrafas de Heineken depois, Janice não sabia como voltaria para casa, mas também não se importava muito. Ela morava no Santa Cândida e o último madrugueiro que a levaria para aqueles lados passaria em 5 minutos na frente do Passeio Público, sendo que ela levaria pelo menos 10, 15 bêbada como estava, para chegar lá.
Deu uma volta pelo bar, perguntando pelo rapaz, mas tudo que lhe respondiam era a infame brincadeira do armário. Emburrada, ela sentou no sofá de oncinha do andar de baixo e resolveu esperar o bar fechar, às 6 da manhã, para sair e pegar o primeiro ônibus de volta para casa.
Um barulho de vidro quebrando a acordou de repente. Um garoto de bandana derrubara sua cerveja e esbravejava. Ela apalpou os bolsos para pegar seu celular, mas ele não estava onde ela havia deixado.
"Merda, perdi meu celular", ela pensou, enquanto levantava. A maioria das pessoas já havia ido embora e ela começou a procurar lugares onde ele pudesse ter caído. Quando levantou o olhar em direção ao palco, ela viu Mário sentado encostado num retorno olhando para ela com um olhar intrigante. Em sua mão ela viu seu celular. "Yes!" ela murmurou.
Aproveitando que ela não estava em suas melhores condições alcoólicas, Mário a puxou para perto de si e a beijou. Minutos depois, ele cumprimentou os donos do bar com um aceno enquanto saía carregando a garota desacordada.
Foi a última vez que ela foi vista viva.